Espectro da guarda Xinéf

O quarto nem era o meu. A cama não era a minha. De meu, apenas o corpo e o espectro dourado que está a me acompanhar pelas esquinas, casas, salas e insônias por onde ando. Um rosto subitamente de soslaio junto ao guarda-roupa a espreitar-me, decerto, se dormia. Acendi a luz, para espantá-lo, pensando erroneamente que dele me livraria. Engano. Persistente, não mais de soslaio, veio até bem perto de mim, olhou-me com espanto carinhoso, tocou-me a face já gotejante em assustamentos e cheirou-me como uma criança prestes a experimentar um alimento que não conhece ainda.

Aquilo me arrepiou a alma, eu, ali, apertando os olhos; juntando forças para unir tico-ticos, rouxinóis e bem-te-vis num só grito de alerta! Não foi preciso. Como que fosse profeta, correu apressada sua mão em direção da boca minha, e o cheiro de rosas vernantes – antídoto de amor e esperança – mergulhou-me num sonho feliz a transformar toda a tristeza e dor em alegria e encanto.

Descobri que meu espectro é uma espécie de espectro da guarda: está sempre a me seguir, olhando-me de soslaio das quedas minhas, tocando meu corpo em compreensões e cheirando-me histórias futuras de felicidade simples, totalmente a mim reservadas.

Sorriu e em meu rosto cinco letras deixou: XINÉF, nesta ordem. Só que estas, vistas através de um espelho formam exatamente o nome de uma ave que renasce das próprias cinzas, a Fênix! Eis que renasci em atitudes e minhas cinzas não foram em vão.


Jaquelyne de Almeida Costa


A Nefelibata guerreira - Pequena Biografia

Tenho 22 anos, sou de Petrolina - PE. Faço Jornalismo na UNEB(Universidade do Estado da Bahia) em Juazeiro. Desde os 11, quando ganhei medalha por escrever uma poesia em homenagem ao colégio onde estudava, alimento grande paixão pela poesia e escrita em geral.

Minha mãe gostava de ler para mim historinhas infantis, eu cresci com esse arraigado gosto pela literatura. Então decidi enviar algumas poesias minhas para a revista Mundo Jovem, do Rio Grande do Sul, o "Poema de mim" e a "Homem-Faces". Depois enviei-as para jornais da minha cidade e Juazeiro da Bahia, onde em várias edições tive o enorme prazer de vê-las publicadas no jornal Gazzeta e no Diário da Região. Ainda no ano passado entrei para a Câmara Brasileira de Jovens Escritores nos 31º e 32º volumes da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, com as poesias "Do Ser Casa" e "Meu sertão, meu deserto". Isso realmente tornou-me mais confiante em relação ao que escrevo, já que antes achava minhas poesias como feias e sem
sentido. Entrei, também, para o portal de cultura Prosa em Verso, numa antologia virtual. Meu mundo é Poesia, e sou feliz em ser Nefelibata guerreira!

Luto com palavras e transporto-me pelos céus de eus que existem em meu horizonte ainda infante.

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Jaquelyne hoje é membro da UBE - Petrolina, com publicação de poesia no jornal literário O Farol das Letras.


Um comentário:

Jaquelyne Costa disse...
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