Mais um aliado para a cultura de Petrolina e região: Instituto Aquidabam




O Instituto Aquidabam chegou para fazer a diferença no setor cultural de Petrolina e região. Projetos, revisão de livros e muitos outros serviços na área literária você encontrará no instituto. Outras informações ou dúvidas entre em contato através do e-mail: institutoaquidabam@gmail.com ou ligue para o diretor Uberdan Alves (74)8829-2174.

Sedectur apoia evento em comemoração ao Dia da Poesia realizado pela UBE Petrolina e Instituto Aquidabam




Nesta última segunda-feira (14), a Biblioteca Municipal Cid Carvalho abrigou o evento em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, promovido pela União Brasileira de Escritores de Petrolina (UBE Petrolina) e Instituto Aquidabam, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Cultura e Eventos (Sedectur) de Petrolina.

A 1ª Feira de Livros de Petrolina, sarau lítero-musical, lançamento do livro “Conversas do Sertão” do autor Rubervânio Rubinho Lima, oficina de poesia infantil e exposição sobre o cangaço enquanto movimento social fizeram parte do evento que durou até às 22h. Para o presidente da UBE Petrolina, Uberdan Alves, o dia foi mais um estímulo para promover a literatura e a leitura a todos. “O dia da poesia é uma ocasião onde nós da UBE e Instituto Aquidabam queremos que o amor à literatura e à leitura seja passado adiante. Contar com o apoio da Sedectur é essencial para que dias como esse possam ficar na história literária de nossa cidade”, ressaltou.

Na ocasião, todos os que estavam presentes puderam ser agraciados com o recital da pequena Ana Leite que, aos seis anos de idade, diz querer ser poetisa como a mãe Vera Leite. “Eu já escrevi um poema e gosto muito de recitar!”, afirmou a menina que declamou quatro poemas de autores da cidade de São José do Egito, terra natal de sua mãe.

Na tarde de ontem (15), a programação se estendeu com o debate: “Cangaço: Introdução preliminar em Petrolina a um estudo do Cangaço enquanto movimento social”, ministrado pelos pesquisadores Ana Lúcia Granja, Rubervânio Rubinho Lima, Aroldo Leão e Uberdan Alves, no Auditório da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina (FACAPE) e contou com um público de 100 pessoas, entres estudantes dos cursos de Turismo (FACAPE) e História (UPE Campus Petrolina).

De acordo com a Diretora de Cultura, Roberta Duarte, “apoiar as ações em homenagem a poesia e literatura local é um incentivo a esse segmento cultural do município que é muito forte, tanto é que a UBE está na luta há 11 anos, contando com 100 escritores cadastrados”. A Diretora ainda ressalta que é fundamental, também, apoiar pesquisas sobre a difusão do Cangaço visto que Petrolina está inserida no sertão nordestino, onde “essa cultura também nos abarcou de certo modo. No Museu do Sertão, por exemplo, temos em exposição a certidão de nascimento de Lampião”.
Foto: Patrícia Telles

FLIJBA já tem seu site no ar


Bom dia, meus queridos!

Alegres nós viemos aqui para dizer-lhes que o site da 1ª Feira Literária Internacional de Juazeiro da Bahia - FLIJBA já está no ar para ser acessada a qualquer momento!

Visitem e conheçam mais a missão que a UBE de Petrolina tem para todos nós, amantes da leitura e literatura!

http://www.flijba.com.br/

Informe FLIJBA

A UBE Petrolina informa que a 1ª Feira Literária Internacional de Juazeiro da Bahia – FLIJBA que aconteceria nos dias 28 a 30 de outubro de 2010 será adiada para o ano de 2011 por este ser um período de processo eleitoral o que invibializa a outorga de patrocínios do governo federal entre outras empresas que se dispõem a colaborar com a cultura de nosso país.


A UBE Petrolina disponibilizará a data assim que for confirmada em aqui mesmo no nosso blog juntamente a outras informações complementares.




Ascom FLIJBA

Alma desnuda

(imagem: Google)


Tudo azul
Olho pra dentro
Me encontro nu.




Jaquelyne Costa - Janeflí desde nascença

Chá das Seis Ubeniano


Confiram as fotos do nosso 1º Chá das Seis Ubeniano que aconteceu no último 4 de setembro!

Filiados da UBE Petrolina

Cantor Elmar Herculano e Roberta Duarte, Diretora de Cultura de Petrolina

Uberdan Alves, presidente da UBE Petrolina, e filiados.


Visitem a nossa sala Aparício Lima na Biblioteca Municipal de Petrolina e participem dos nossos encontros!

I Encontro de Educadores e Escritores de Petrolina


A União Brasileira de Escritores de Petrolina tem o prazer de convidar a todos para participarem do I Encontro de Educadores e Escritores de Petrolina com o tema “Educação, livro e leitura”. O evento que acontecerá no dia 11 de setembro de 2010 (sábado), às 17h no auditório do Neuman Hotel, é uma realização da UBE Petrolina que há 10 anos vem divulgando e incentivando a escrita e a leitura em nossa região.

O presidente da UBE Petrolina, Uberdan Alves, lembra a importância de ser educador em nosso país, e principalmente alerta para a verdadeira significância do educar que para “ensinar a pensar é preciso saber pensar. É preciso compreender que, não deixando de lado a luta por melhores condições de trabalho, que possibilitem ao professor tempo para se capacitar, ele não pode esquecer o ético compromisso, firmado quando decidiu ser educador, de trabalhar em prol de um mundo melhor, menos injusto, excludente e autodestrutivo. Tudo isso se passa pelo entendimento de que educar ‘é acender uma luz na mente das pessoas’”.

O evento é aberto ao público e a entrada é gratuita. Participem!


Outras informações:

Uberdan Alves – Presidente – (74) 8829-2174
Sida Pinheiro – Vice-Presidente – (74) 8819-0457
UBE Petrolina
Biblioteca Pública Municipal de Petrolina - Sala da UBE Aparício de Lima.
Praça Santos Dumont – CEP: 56304-200 - Petrolina-PE
E-mail: ubepetrolina@gmail.com Blog: www.ubepetrolina.blogspot.com
Telefone: (87) 3862- 9188

Chá das Seis


A UBE Petrolina promove neste sábado, 04 de setembro de 2010, na Biblioteca Municipal de Petrolina, um encontro de escritores e poetas da instituição, o nosso querido Chá das Seis!


UBE Petrolina - 10 anos de luta e resistência



A leitura é um exercício de liberdade!




Participe! Visite-nos na Sala Aparício Lima - Biblioteca Municipal de Petrolina.
teu corpo é a luz do teu infinito
a chave que abre abismos celestiais
pode ser a arma pode ser o gatilho
o disparo para desvirginar tua inocência





uberdan alves
A PELEJA DO ALDEÃO CONTRA O TEMPO

Do título do capítulo I ao título do XXVI a primeira e sonora palavra, anunciando breves e consistentes ensinamentos vividos, a soar feito um mote é, saudade. O desenvolvimento a desenrolar-se feito uma glosa espontânea, livre, séria, mas sempre temperada com avantajadas pitadas de humorismo, permitem a este livro ter, por obra da personalidade descontraída do autor e da valorização da cultura popular no meio da qual foi criado, uma notável característica de cantoria. Uma divertida e séria peleja entre seu Daniel Paulino e o tempo. O tempo que não volta mais. O tempo não muito distante de hábitos e costumes, de brincadeiras infantis e adolescentes, de pessoas, paisagens naturais, casas, fauna e flora, que mesmo não sendo imaculados, existiam com valiosos ensinamentos que a industrialização forçada anulou. Fez questão de incinerar com o que consideramos progresso. Esta amoladíssima faca de dois sedentos gumes. Mas seu Daniel NO VIVER DO VALE DAS ÁGUAS pelejando corajosa e graciosamente contra o tempo, não quer nem saber dessa faca. Na verdade ele quer e consegue, nos proporcionando alegria, é novamente ser menino traquino, mergulhar no Velho Chico; reencontrar o antigo vilarejo de Guanhães; os tios Crispiniano, Severo e João; as tias Zenóbia e Quintina; a avó Chica Pintada;Rosa Lina, Calage ; “.. o mugido do touro em noite de escuridão; o jegue que zurra; a cabra que cabriola e berra ao longe..” ; historietas da Caipora, da Mula-Sem-Cabeça, do Come Bunda;o vento que açoita a tepidez da noite, tira assovio, geme, sussurra como animais no cio; o pirão de peixe Matrinchã; o cucuz de Mucanã; a casa de farinha ; as rezas antes de dormir; as novenas; o Rondó e as Cantigas de Roda; a bolandeira; Zeca Sapateiro e dona Cida, seus pais. E muito mais neste relato que lembra, de passagem, as aldeias e povoados , com sua gente e seus costumes descritos em algum livro de Gabriel Garcia Marques. Mestre nesse tipo de narração. Como seu Daniel é mestre em derrotar o tempo, se reencontrar reencontrando em sua origem seus verdadeiros valores.

Uberdan Alves de Oliveira
Poeta, escritor, pedagogo, Pres. da UBE- União Brasileira de Escritores de Petrolina
O DELÍRIO E A LUCIDEZ NA ESCRITURA

é possível que sobriedade em literatura não signifique dizer muito fazendo uso de poucas palavras, o que é também uma virtude, espartana, diga-se de passagem, mas dizer o necessário, o imprescindível, o que não pode ser esquecido jamais de ser dito. embriagar-se dessa lucidez é, sem rodeios, um grande desafio para quem escreve no intuito de que sua escritura alcance o nível de arte literária. a palavra certa, no lugar certo, proporciona clareza e propriedade na definição de objeto, fato, situação, personalidade e objetividade na expressão da frase, condicionando o período e todo o texto a uma concisa beleza deslumbrante. abaixo o desespero pela quantidade. pois o que está em jogo aqui não é ela e sim a qualidade. se acontecer será conseqüência natural. não se pode esquecer que em sua viagem imaginativa, o escritor precisa de portos e aeroportos seguros aonde possa ancorar ou aterrissar e destilar o combustível dos ensinamentos experimentados. assim é que toda literatura de peso nasce do fluxo do peso das experiências vividas e da pesquisa; de muita pesquisa. por isso é que, se o escritor quiser escrever uma obra que vença o tempo e a mediocridade das relações humanas, precisa dedicar a maior parte do seu tempo em empreendê-la. não a vai conseguir a menos que enfrente toda e qualquer dificuldade. Como a economia da vida, exige perdas para proporcionar ganhos. diferente da economia de mercado que só pensa e só quer o lucro, o lucro fácil. alguns destes princípios a UBE – Petrolina aprendeu com a literatura de Américo. “trânsito sisudo? onde já se viu? não existe!”. assim ele reagiu a uma expressão de um conto presente na Antologia Prosadores em Rebuliço. era viagem demais para ele, nascido e criado dentro de uma concepção austera de linguagem. mas que sorte sua e deles, vindo de Recife em Petrolina aportou na ilha dos poetas : Sebo Reboliço . muitos vezes se passou por chato e exagerado. às vezes de fato o era. porém ,sem se dar conta, muito lhes ensinou com sua rigorosidade ao escrever, ao conceber esse ato. e hoje eles sabem, que ainda poderão aprender um pouco mais com sua memória literária,os livros que escreveu, que a UBE-Petrolina luta e lutará para manter sempre viva conservando o acervo literário de sua autoria. pois sabe o quanto ele amava o que escrevia. que ele só poderá ser conhecido pelas futuras gerações de poetas, escritores e apreciadores da literatura do Sertão do São Francisco, através do que escreveu. já que sua literatura espelha o homem que foi. lá se encontra, em entrelinhas e linhas, sumo precioso de sua vida, que pode ser degustado na construção realisticamente esperançosa do livro Queno Curumim, onde mostra o quanto dentro do homem sistemático e cético, existia a criança que se libertava correndo pela floresta e subindo em árvores para restaurar ninhos de pássaros. nas denúncias feitas em dois registros históricos, um romanceado e outro com jeito de livro reportagem, Canudos a maldição dos excluídos e Pau de colher, que expressam a rigor, a sede de justa social que campeava em sua maneira de ser, no estilo supracitado.


Uberdan Alves de Oliveira
Coordenador Geral e Executivo da FLIJBA
Presidente da UBE Petrolina
(74) 8829 2174
www.uberdanpoeta.blogspot.com

Desafios da Posteridade - Por Elisabet Moreira*


(Foto: arquivo UBE Petrolina)



José Américo de Lima morreu em Petrolina, após longa enfermidade...
Assim poderia começar o “lead” deste fato, mas eu não vou falar como jornalista e, sim, como uma amiga que ele aqui conheceu e confiou.
Sim, em vários aspectos, sobretudo quando vinha, com sua figura alta e esguia, me mostrar originais de algumas de suas obras e isso fez a diferença.
Para saber dele, dados biográficos, por exemplo, é só tomar alguns de seus muitos livros publicados. Orelhas e contracapas apresentam informações gerais.
Trabalhei o seu livro de contos Maratona (Atual Editora, de São Paulo) ainda no CEFET e ele lá compareceu, interagindo com os alunos. Aliás, ele gostava disso, de divulgar seus livros com alunos e colégios. Até mesmo porque a maior parte de seus livros destinava-se para o público infanto-juvenil.
Nascido em Fortaleza, se fez conhecido no Recife e acabou vindo para Petrolina com toda a família. Aqui fundou o núcleo da UBE – União Brasileira de Escritores e lançou vários livros. Inclusive dois deles trabalhavam com aspectos teóricos “O conto e seus caminhos” e “Literatura Infanto-Juvenil – proposta e realidade” do qual eu fiz a apresentação. Também lhe forneci material para o livro sobre o movimento messiânico “Pau-de-Colher” e fiz a revisão. Seu interesse por este aspecto da religiosidade popular já havia sido demonstrada com o romance “Canudos – a maldição dos excluídos”, talvez a sua obra de maior envergadura.
Enfim, sua obra é vasta e falar de todas elas seria um desafio. Por que alguém do curso de Letras não faz uma monografia sobre ele? Ele gostaria – e merece – um olhar mais atento ao conjunto de sua obra, agora que se foi.
Há ainda aspectos especiais de sua personalidade: José Américo amava ópera; sua voz de barítono também ficou registrada num CD. E o cinema? Os vídeos? Outra fascinação. Enfim, um homem culto e cultor de várias artes, preocupado com os caminhos do bem escrever, atento ao que se produzia, principalmente no estado de Pernambuco.
Seu acervo, parece, não ficou na Biblioteca Municipal de Petrolina, já que fez até uma campanha de doação, certa vez. Uma pena, mas a obra de José Américo de Lima há de resistir.
Sugiro até que a UBE, com a anuência da família, publique, ainda que seja em seu boletim, um conto a cada número. Talvez até mesmo com comentários e análises. Assim, ele continuará vivo e atuante.
Afinal, posteridade, nós a produzimos, leitores e amigos.
Salve José Américo de Lima!






*Elisabet Gonçalves Moreira é professora aposentada da UPE e do CEFET de Petrolina. Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP

Sobre a transitoriedade dos suportes




Umberto Eco - Do The New York Times

No encerramento da jornada Escola para Livreiros, destinada a Umberto e Elisabetta Mauro, em Veneza, falamos, entre outros assuntos, da transitoriedade dos suportes de informação. O monólito egípcio, a tabuleta de argila, o papiro, o pergaminho e, obviamente, o livro impresso, já foram suportes para a informação escrita. Este último, até agora, demonstra que sobrevive bem por quinhentos anos, mas somente quando feito de papel à base de algodão. A partir da metade de século XIX, passou-se ao papel à base de madeira, e parece que este tipo de papel dura, no máximo, setenta anos (de fato, basta manipular jornais ou livros da década de 1940 para ver que muitos deles se desmancham quando folhados). Portanto, há muito tempo são realizados congressos e são estudados meios diferentes para salvar todos os livros que enchem as nossas bibliotecas - uma das soluções mais bem-sucedidas (mas praticamente impossível de ser aplicada a todos os livros existentes) é escanear todas as páginas e copiá-las em um suporte eletrônico.

Mas nesse ponto nos deparamos com outra questão: todos os suportes para a transmissão e conservação da informação, da foto ao filme de cinema, do disco à memória USB que usamos no nosso computador, são mais perecíveis do que o livro. Sabemos muito bem disso: nas velhas fitas cassetes em pouco tempo a fita se enrolava, tentávamos desembaraçá-la introduzindo um lápis no carretel, muitas vezes sem êxito; as fitas de vídeo facilmente perdem as cores e a definição e quando usadas para estudar, tendo que adiantá-las e rebobiná-las com frequência, estragavam-se mais rapidamente. Também tivemos a oportunidade de comprovar qual a duração de um disco de vinil antes de ficar muito riscado, mas ainda não sabemos quanto tempo duraria um CD-ROM, já que, sendo a invenção que podia substituir o livro, saiu rapidamente do mercado porque podemos acessar o mesmo conteúdo on-line e com um custo mais em conta. Também não sabemos qual será a duração de um filme em DVD, apenas sabemos que quando a vemos muitas vezes, começa a apresentar problemas. E, da mesma forma, não tivemos tempo material de comprovar a duração dos discos flexíveis (os floppy disk) para computador: antes que pudéssemos descobrir, eles foram substituídos pelos disquetes, e estes pelos discos regraváveis, e estes pelos pen drives. Com o desaparecimento dos diferentes suportes, também desapareceram os computadores capazes de lê-los (penso que ninguém mais tem em casa um computador com compartimento para o floppy) e quem não copiou no suporte seguinte o que tinha no anterior (e assim por diante por toda a vida), perdeu tudo irremediavelmente (a não ser que guarde no porão uma dúzia de computadores obsoletos, um para cada suporte desaparecido).

Então, sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos e eletrônicos são perecíveis em curto prazo, ou não sabemos quanto tempo duram, provavelmente nunca o saberemos. Enfim, basta uma queda de tensão, um raio no jardim ou qualquer outro acontecimento muito mais banal, para desmagnetizar uma memória. Se a eletricidade faltar por um longo período, já não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. Mesmo eu tendo gravado na minha memória eletrônica todo o Don Quixote, não poderia lê-lo à luz de velas, deitado em uma rede, em um barco, na banheira, em uma cadeira de balanço, da forma que um livro me permite fazê-lo nas condições mais precárias. E se o computador o ou e-book cai do quinto andar, certamente terei perdido tudo, mas se o livro cai das minhas mãos, no máximo, as folhas se soltam.

Os suportes modernos parecem estar mais direcionados à difusão da informação do que à sua conservação. O livro, no entanto, é o principal instrumento de difusão (pensemos no papel desempenhado pela Bíblia impressa durante a reforma protestante) e, ao mesmo tempo, de conservação.

É possível que daqui a alguns séculos a única forma de ter notícias sobre o passado, depois de todos os suportes eletrônicos terem se desmagnetizado, continue sendo um belo incunábulo. E, entre todos os livros modernos, sobreviverão aqueles muitos feitos com papel de alta qualidade, ou os que agora propõem muitos editores, feitos com papel livre de ácidos.

Não me considero um reacionário preso ao passado. Em um disco rígido portátil de 250 gigas, gravei as maiores obras mestras da literatura mundial e da história da filosofia: é muito mais confortável recuperar do disco rígido em poucos segundos, uma citação de Dante ou da Summa Theologica, que levantar-se e pegar um volume pesado nas prateleiras mais altas. Mas estou feliz de os livros continuarem nas minhas prateleiras, é uma garantia da memória para quando os fios dos instrumentos eletrônicos entrarem em curto.

Umberto Eco é filósofo e escritor. É autor de "A Misteriosa Chama Da Rainha Loana", "Baudolino", "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault". Artigo distribuído pelo The New York Times Sybdicate.
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3718541-EI12929,00.html

JORNALISTA JUAZEIRENSE LANÇA LIVRO SOBRE VAQUEIROS


A poesia, o aboio, o sertão cantado e recitado nas estrofes de cordel, em um cenário que faz lembrar a existência de homens pouco valorizados pela história tradicional. Esses elementos farão parte do evento de lançamento do livro “Homens da Alma de Couro”, escrito por Vinicius Gonçalves.

O livro-reportagem, que será lançado no próximo dia 18 (sexta-feira), a partir das 19:30h, no espaço Canto de Tudo no DCH III/UNEB, valoriza uma tradição bastante comum no sertão juazeirense, os vaqueiros, homens que ao se protegerem com roupas e acessórios de couro, enfrentam a caatinga para cuidar do gado.

Dedicado “às ‘almas’ dos vaqueiros das caatingas”, a obra conta com prefácio escrito pela jornalista e professora Andréa Cristiana, apresentação e seis capítulos distribuídos em 94 páginas. A pega do boi no mato, o aboio dos vaqueiros, as caatingas, os parques de vaquejada, os rituais de fé e religiosidade, a decadência da criação de gado e as transformações da vaqueirice, além das almas dos homens, constituem uma obra que expressa a história e cultura de um povo.

O autor e a obra

Vinicius Gonçalves, filho de vaqueiro e hoje formado em Comunicação Social pela UNEB, desde criança escreve sobre o sertão. Como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso escolheu falar sobre os primeiros homens a povoar os sertões e que, em sua opinião, aos poucos vem sendo esquecidos. O pertencimento ao grupo social, devido a sua convivência na fazenda Seriema, distrito de Pinhões, zona rural de Juazeiro, fez com que a obra contasse com uma descrição detalhada da prática da vaqueirice.

Para Vinicius, o fato de ter crescido no sertão, vendo seu pai sair para o mato encourado ou acompanhá-lo nas missas dos vaqueiros, favoreceu seu trabalho, porém, exigiu-lhe maior dedicação à pesquisa bibliográfica para evitar que o envolvimento com o grupo pesquisado interferisse na escrita rigorosa do livro-reportagem.

“Homens de Alma de Couro", seu primeiro livro publicado, procura retratar o cotidiano, as crenças, a coragem desses homens, que, aparentemente fortes, se emocionam ao verem suas histórias no livro. “Ver um vaqueiro chorar lendo ou ouvindo a leitura do livro é a prova do retorno social que foi para mim este trabalho”, expressa o autor.
Serviço:

Lançamento do livro “Homens da alma de couro”, de Vinicius Gonçalves
Data: 18 de junho de 2010
Horário: 19:30h
Local: Canto de Tudo – DCH III/UNEB Juazeiro

Contatos

Vinicius Gonçalves: (74) 8822-7675
Érica Daiane (Assessoria de Imprensa do evento): (74) 8811-2998/9979-0337